domingo, 18 de fevereiro de 2007

Culpados e inocentes

«Depois do resultado do referendo de 1998, a esperança de solucionar o caso das Assembleias Distritais com a extinção dos Distritos e a criação das Regiões Administrativas (que iriam absorver o património, serviços e pessoal daquelas estruturas distritais) não se concretizou e, paradoxalmente, cresceu a indiferença dos autarcas em relação àquela entidade que, diga-se em abono da verdade, nunca foi muito querida em virtude de representar, na opinião de alguns, um “resquício do passado” que convém eliminar.

Ao contrário do que seria de esperar, poucas ou nenhumas ideias surgiram para, entretanto, resolver a situação das Assembleias Distritais. À excepção de alguns inócuos exercícios reflexivos em torno de questões que nunca foram seriamente ponderadas como verdadeiras hipóteses de solução, os autarcas principais responsáveis pela situação lamentável em que se encontram estas instituições (que até poderiam funcionar como fóruns privilegiados da Administração Local na medida em que são os únicos órgãos regionais onde têm assento os Presidentes de Câmara, os Presidentes das Assembleias Municipais e os Presidentes das Juntas de Freguesia excluídos dos colégios eleitorais das novas entidades administrativas), com a conivência passiva dos sucessivos Governos, votaram ao abandono estas estruturas, esquecendo-se dos efeitos nefastos sobre os trabalhadores, num total desrespeito pelos seus mais elementares direitos.

Chocante!»

Fórum “Novas Fronteiras”, comentário inserido em 2005-01-19 no texto “Novo Modelo de Organização Territorial: Que Papel Para os Órgãos Distritais?”

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